quarta-feira, 8 de setembro de 2010

HyperCity, HyperEngarrafamento, HyperMuamba.


Por Johnson

Sete de setembro. Data nacional. Questionamentos, reflexões, análises, chororôs, apelações, memórias curtas à toda. De lado a outro. Nota-se, também, expressões de uma 'consciência' sincrônica, atual, de uma visão engajada, por muitos no nosso país. Sinto que a grande maioria não tem uma opinião, em si, qualquer que seja, desde que construída sobre qualquer alicerce de observação.

Política, o jogo dos homens e massas, é assim. "Consciência", ao meu humilde ver, é algo que a 'visão de jogo' do mundo perpassa, mas não alcança. É mais o que você faz, quem você é (a melhor pergunta de todas).

That being said... 

Ontem, ferí de 7 de setembro, fui ajeitar a barba no Taj Palace Hotel. Tido como marco histórico da cidade (curtir o link), alvo de ataques terroristas de grupos islâmico-paquistaneses em 2008 (tem marca de bala de fuzil pelo comércio até hoje), é um 5-estrelas de verdade. Mas bonito mesmo, um palácio por fora, um palácio por dentro, grifes, restaurantes, tudo-que-é-tipo-de-serviço-que-um-filho-da-sua-gentil-genitora-poderia-um-dia-qualquer-desejar-style.

Pegamos um 'cool cab' (tipo 'crasse' B) de lá mesmo e fomos longe, mas longe, longe mesmo até o subúrbio de Malad West (36km da base), bem depois do aeroporto, atrás duma loja de departamentos, o Hypercity India, que já tinha sido amplamente pesquisada desde o Brasil, antes de chegarmos.

Mas demora. E o motora, Mr. Lalu, se degladia com três faixas estreitas, nêgo buzinando vindo de trás querendo 'abrir' uma 'quarta' faixa entre geral e o pau comendo, buzina daqui, tô passando, buzina de lá, pedestre, motoca, riquexô (auto-rickshaw), vaca parada no acostamento, chuva fina, caminho longo. Metal. Ou tu fica meditativo, ou pira. É melhor relaxar.

O tratamento dos indianos ao mar, perdoem as forças, tem que ser objeto de estudo de conservação, estudo antropológico, de ética, é absurdo, coisa pra outro(s) post(s).

Mas o fato é que se cruza uma bela ponte que conecta (Worli Sea Link), ou marca, naquele ponto, a divisória entre a cidade peninsular, centro-sul, e os subúrbios, mais ao norte. A diferença não é tremenda.

Anda-se mais um tantão e chega-se ao até modernete mercado, meio que um "Extra" da quebrada.

Não vamos falar de valores, mas as compras, mantimentos, são baratos, como o custo de vida geral aqui, pra quem não ganha em rúpias e o salário padrão indiano. Os eletrônicos, eletros, móveis etc, uma barganha. Mas barato mesmo, coitado do Ricardo Eletro. Câmera digital, barbeador, informática, tela LED 3D...de 1/4 a 1/3 do preço no Brasil. Compramos uma digitalzinha pra registrar alguma coisa.

Na volta testamos o videozinho HD da Cybershot no taxi, com o Mr. Lalu assuntando nossa proveniência, opinião sobre a cidade.



Demos até pala - cantando sertaneja - pra observação da Mik a respeito das "iluminações da cidade" (efeito Gisele Bündchen*).



Voltamos cansados, Mik com dor-de-cabeça, mas a "muambagem mumbaikar" foi proveitosa, jornada crazy e educativa, no sentido de que pra se viver por aqui, há que se saber lidar com multidões e frotas e fluxos.


Imagens próprias (como a do nosso "mocó", "stash" de água, cerva, vinhos, leite, refri e outros) agora disponíveis!



Besos.


Post Scriptum: Videozinho do Mr. Lalu assuntando sobre a "society" (condomínio) do prédio onde moraremos. Perceba que aos 26-27 segundos do vídeo (~00:26) ele pergunta: "Where from you?", meio "Mim Tarzan, Onde Você?", e depois que respondo - mezzo Joel Santana, mezzo Apu dos Simpsons, ele emenda de três dedos, no susto: "BraZÍL!!...good footbol...Brazíla very nice pleace...". Figura. Faz ponto de taxi na frente do Taj Palace a 20 anos.



*O efeito Gisele Bündchen consiste em esquecer-se de palavras, expressões etc, ou de seu emprego, em sua língua materna, quer por falta de contato, ou por imersão em meio linguístico-cultural outro. A referida beldade frequentemente alega "...como se diz mesmo x, isso em português?!?...", ou "...ai, gente, isso é sooooo last season..." e coisas do gênero. Todos temos episódios, não mata ninguém, mas a leitura de literatura lusófona de qualidade previne e mitiga os efeitos da malfadada Síndrome.

10 comentários:

  1. Sendo o planeta Terra um organismo aos moldes do nosso corpo físico, Mumbai um órgão, aquela favelitxa um tecido, a população de lá uma colônia de bactérias... eu diria, mesmo tendo ao meu alcance imagens noturnas da "sonda", que o tal tecido já foi pro saco! Haja reza, haja meditação, haja cromoterapia pra reverter, digamos, a apendicite galopante! Nós somos umas bacteriazinhas bem das cagalhonas, hein! Aguardando a postagem sobre o mar entre curiso, ansioso, angustiado e depressivo.

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  2. Insha'Allah! O cara era muçulmano? Redegrôbo-bo!
    Mermão, assim você facilita para eles, mas não arrisca a mandar sua bela pronúncia britânica pro saco? Abração!

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  3. que bommmm ouvir a voz de vcssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!
    juro que não vou reclamar de nenhum engarrafamento tá?
    agora queria ver mesmo esta loucura de transito que vcs falam, só vi aquele negocio da Globo, que parecei era ser arrumadinho... rs
    Bjksssssssssssssssssssssssssss

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  4. Que legal! A parte do sertanejo é muito boa...vou mostrar para o Odemar...ele vai achar um barato! Saudades. Amo vocês bjs

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  5. muito legal os posts! continuem sempre!

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  6. Queridos!
    Muuuuuuuuuuuuuuito legal! ótima câmara...tudo bem nítido, é mão ingleza? ou são todas essas vias? lembra a subida do grande colorado rsrsrsrs!Seu britosh english é de+! seá q vc vai falar com o sotaque de Mumbai?????!!!
    A cantoria fi ótima tb! aliás, escutar a voz de vcs dois emociona.....muito legal o suporte tecnológico, traz vcs para perto....fiquem bem, continuem mandando news!!!!!bjs, Tia Carmen

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  7. ETA LELE gentem! Eu sei bem como o efeito Gisele eh... uma merda!
    Mas bem, os nossos queridos professores de linguistica e de fonetica ficariam orgulhosos de vc, Rafa! Deixando o falante a vontade... Queria muito experimentar tudo isso. Aproveitem! Beijos!

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  8. amei Rafa, amei. Esse post com os videos tao dando de mil a zero nos documentarios do multishow. Alias, vcs poderiam pensar num roteiro, e montar algo pra oferecer pro multishow. Outra coisa: se vc pegar esse sotaque e jogar todos o meu trabalho por agua abaixo, vou pegar vc a tapa (com toda a licenca budista...) ahahahahhahahahah PS: vcs sao um casal lindo, e tao passando por um periodo de descobertas juntos num lugar diferente. isso eh muito muito bacana e so vai cada vez mais unir vcs. beijo Rafa, bjs Mik!!!

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