terça-feira, 26 de outubro de 2010

Resiliência?!?

Por Mik

Hoje, quase vinte dias depois do último post, venho contar um pouco do que tem acontecido.
Não escrevi antes porque ando tão de saco cheio, que pensei... ninguém merece ler lamúrias!
Mas preciso compartilhar a angústia que não vem de uma relação indiana, da qual fomos tão avisados para que tivéssemos cuidado.
Minha angústia está totalmente direcionada a um sistema brasileiro que não está nem aqui, nem ai, para seus cidadãos que moram no que eles chamam de país de posto D.
Para quem não sabe, aqui fala o lado leigo da relação (eu), o Itamaraty divide seus postos (países, cidades pelo mundo a fora) em 4 tipos. A, B, C e D (relativamente proporcional a uma escala de A = importância estratégica/ ótima qualidade de vida; até a D ="péssima" qualidade de vida. Alguns postos são categorizados "pra baixo" por serem muito caros, o que ajuda o servidor a não se ferrar.

Pois saibam, estamos num país posto D!

Quando chegamos nos foi dito: Tudo na Índia é muito lento e num tempo por vezes bastante particular. Tenham muita paciência

Com os indianos NÃO tivemos UM ÚNICO problema em 3 meses de Mumbai... talvez pelo aviso excessivo, nos preparamos para tal. 
Já com o sistema brasileiro, o qual deveria prezar pela qualidade de vida dos seus cidadãos que por ele trabalha fora do Brasil.... esse está presando a nossa vida.
Estamos há exatos 3 meses e 18 dias vivendo dentro de um pequeno quarto de hotel. 
O fato de não ter janelas, não tem sido mais um grande problema, já que o Johnson vai ao trabalho todos os dias e eu, as vezes, desço para pegar um ar. 
O que tem me enlouquecido é que após vários (3) envios de documentos para Brasília, várias (10) ligações para Brasília e vários (3) emails enviados solicitando um esclarecimento, uma posição, uma M de sinal sobre o que está acontecendo... NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM, consegue nos dar uma resposta.

Sempre quando falamos com Brasília ouvimos: Então tá! quanto mais eu falo com você, mais demora para sair o seu. Tchau!
Só faltou o cara dizer: Beijo e não me liga! 
PQP mil vezes!!!
Gente!!! O negócio é sério!
Não sabemos se o contrato está de acordo com as normas, não sabemos se está faltando algum documento, não sabemos se o dinheiro será liberando ainda esse ano! 

Detalhe: Em um país de posto D, o Itamaraty paga o valor integral do aluguel. Em outros países apenas uma parte.

Além disso, os donos do apartamento exigem uma posição, a qual não podemos dar, de quando o dinheiro será pago.
Isso suja não só o nosso nome, como o nome do governo brasileiro! Afinal eles estão (?) alugando o apartamento para o vice-cônsul do Brasil em Mumbai.

Mas o que é a relação diplomática do Brasil com a Índia não é mesmo?!?! 
Como diria o povo de BH... duas coisas: Bosta Nenhuma, considerando a falta de respeito com a qual temos sidos tratados pelo Itamaraty.

Quero deixar claro: O meu incômodo não é com a demora do envio do dinheiro, que também é chato, mas sim com a falta de respeito e respostas que não nos são dadas pelo Itamaraty na forma do funcionário encarregado pela questão.

Problemas todos têm, mas falta de respeito é algo que cabe  apenas  à uma parcela da população que não entende que resiliência também tem limite!

Pronto falei!

Ps.: Johnson pede pra dizer que só irá escrever no blog depois que nos mudarmos... então, para quem tem esperado os posts sentado, pode deitar!

6 comentários:

  1. Imagino sua raiva, ira, tudo de ruim...mas se lembre que estou aqui do outro lado para ajudar, ou pelo menos escutar...Amei o PS...kkkkkkkk

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  2. Caramba, eu já não tinha curiosidade nenhuma de conhecer a Índia...

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  3. Vamo fazer que nem a Irma Selma e "dar uma rezadinha"? Pra eles????

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  4. Caramba, eu já não tinha curiosidade nenhuma de conhecer o Itamaraty...

    Quanto ao que diz a Maria de Fátima, bem, só fazer reclamar da vida é realmente algo nefasto; evitável! Mas penso que hostilizar o verbo em questão - reclamar - a todo e qualquer custo também não dá. Isso pra mim já seria censura. E pior - auto-imposta! Reclamar de vez em quando lava a alma, assim como chorar, ou gritar/esbravejar, dar murro (Tá! Não precisa ser em ponta de faca!). Mas partamos do pressuposto de que o verbo existe. Tá lá; na nossa língua materna e nas demais também. Então, alguma utilidade tem; alguma função exerce. Inutilidades deixemos para os trâmites burocráticos vários que nos cercam. Mas a língua não se ocuparia da formulação de um conceito que não expressasse uma necessidade humana, um estado qualquer da nossa condição.

    Então, Mik (e lembrando aqui que você mesma, lá no início do teu texto/desabafo, joga luz para o fato de que não tem a menor intenção de se tornar lamurienta, muito pelo contrário), o que eu tenho a te dizer é: Precisando reclamar e ou desabafar de vez em quando, solta o verbo, fía! Faz bem, sim! E o Universo fica sabendo que "contente" não é a melhor palavra que te define no momento! Quem sabe assim o mesmo Universo não dá um jeito de botar uma certa pressão naqueles mão na bunda/pau no cu filhos de umas putas pra que finalmente façam seu trabalho direito!

    E tenho dito! No mais, lembrem-se de respirar! ;)

    Beijos!

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  5. Burocracia no MRE me soa bastante familiar...
    Não desanima não amiga! Pelo (pouco) que conheço, os trâmites vão para lá, vão para cá, servem de jogo americano para cafezinho, mas acabam saindo!
    Beijo grande!

    Larissa

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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